Uniforme: Camiseta amarela, mochila nas costas e um sorriso

Durante toda a semana no Rio de Janeiro, para onde olharmos, veremos um grupo de jovens de camiseta amarela, mochila nas costas e um sorriso no rosto, dispostos a ajudar. São os voluntários da Jornada Mundial da Juventude. O evento que receberá mais de 2 milhões de peregrinos conta com a disponibilidade de tempo e boa vontade de mais de 60 mil jovens do mundo inteiro. São jovens que não têm somente a motivação de ver o Papa, para isso seria mais fácil vir ao Rio como peregrinos. São pessoas que se colocaram à disposição para trabalhar onde for necessário (alguns inclusive ficarão distantes dos eventos centrais).

De onde vieram? O que fazem? O que os levou a dedicarem seu tempo livre para serem voluntários? Estamos atrás dessas respostas e já começamos a fazer entrevistas que serão mostradas aqui ao longo da semana.

Hoje conversei com três voluntárias: duas irmãs gêmeas argentinas, Maria e Milagres, e uma peruana, Irina.
Maria e Milagres têm 20 anos. Perguntei a elas o que as trouxe para cá. “Na última JMJ, em Madri, a alegria e dedicação dos voluntários me impressionou muito e então logo disse à minha irmã: temos que fazer isso na próxima jornada!”, disse Milagres. Já Irina resumiu o que sentia com a seguinte frase “o que me trouxe aqui foi o desejo de poder servir”.

As três têm o hábito de fazer trabalhos voluntários em sua terra natal, cada uma na área onde se vê mais útil. Maria é estudante de medicina e trabalha em favelas de Buenos Aires com mães de crianças de 0 a 5 anos, aconselhando-as sobre melhores hábitos alimentares para seus filhos. Milagres estuda letras e trabalha com apoio escolar, também em favelas. Sua maior realização é estimular jovens a voltarem a estudar. Irina visita povoados nativos no Peru para atender suas maiores necessidades.
As três concordam ao dizer que este tipo de trabalho modifica não só aquele que recebe, mas aquele que faz. “O trabalho voluntário gera desprendimento, é transformador”, disse Irina. Além disso, concluem que o trabalho, que às vezes parece invisível, alcança resultados: “A mudança que uma pessoa sozinha pode fazer nem sempre parece grande, mas se o esforço de um longo trabalho mudar a vida de uma só pessoa, já valeu a pena”, disse Maria.

Quando perguntei sobre o que mais admiram no Papa Francisco, as três deram a mesma resposta: “sua humildade”.  Maria, conterrânea de Francisco, lembrou que antes de ser Papa, Jorge Bergoglio tinha a prática de falar menos e fazer mais, era verdadeiramente próximo das pessoas mais necessitadas e era muito querido por eles. A esperança dessas admiráveis voluntárias é a de que essa mensagem de humildade reverbere, que haja menos indiferença à desigualdade e que o mundo seja cada vez mais justo.

Obrigada Maria, Milagres e Irina, por mudarem um pouquinho o mundo através de desprendimento, trabalho e, principalmente, através do exemplo.

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