VOTAÇÃO DO CONCURSO DE CONTOS "A Livraria"

Apresentamos o conto "A livraria", da autora Julia Maria Meraviglia Crivelli Nakin (adulto).

Leia aqui o conto na íntegra. Para votar, é só curtí-lo A livraria no Facebook
(infelizmente curtidas em páginas compartilhadas não poderão ser contabilizadas)


A livraria

Ela passava todos os dias pela livraria para ver se tinha chegado alguma novidade. Nunca comprava nada, mas gostava de saber.  Embora valorizasse os livros, não tinha dinheiro. Quem conversava com ela, achava que ela já tinha visitado “meio mundo”, mas era só porque lia, e muito, e assim viajava do seu jeito.


Fazia frio, talvez por isso a livraria estivesse com bastante gente, mais do que o normal. Digo talvez porque atualmente muitas livrarias estão cheias, de um lado, amantes da leitura e do outro, curiosos pelas novidades do mercado. Ela não pertencia a nenhum dos lados... estava lá porque gostava e pensava que pudesse um dia entrar em um dos livros.
Naquela manhã, deparou-se com um pôster grande no fim do corredor, a paisagem era muito bonita, ela ficou olhando, olhando... não sei nem ela sabe por quanto tempo. Sim, cabe explicar que nas livrarias vendem-se de tudo: CD´s, material de escritório, artigos eletrônicos, café, pôsteres... e livros é claro!
Em poucos segundos aconteceu algo incrível, incrível mesmo: foi transportada para aquela cena: uma praia, não uma praia qualquer e nem de um lugar qualquer. Ela ficou paralisada, hipnotizada. O Rio de Janeiro tem uma beleza que encanta, descansa os olhos e, como dizia aquela música: continua lindo! Talvez para quem o visite pela primeira vez seja ainda mais lindo.
Tem gosto de férias, de passeio, onde o tempo não pára, mas passa mais devagar. E para a nossa leitora praticamente não passou. Ela não só viu, mas sentiu o cheiro, ouviu o barulho. Não, não era uma praia deserta, havia muitas pessoas “preocupadas” em passar um bom momento com a família, o merecido descanso após um dia (ou uma semana) de trabalho, outras estavam justamente ganhando “o pão de cada dia com o suor do rosto”, suavam mesmo porque estava quente, muito quente. Ela não conhecia o mar, ficou encantada com a sua grandeza, com a sua beleza. Daqui em diante não precisaria mais imaginar como era. Sentiu a areia nos pés e as primeiras ondas baterem nas suas canelas. Como foi bom, como queria que não acabasse. Deu até vontade de gritar como fazem as crianças quando veem o mar pela primeira vez.
Disse:
            - Isso aqui é o Paraíso!
            E ouviu uma voz:
            - Se é eu não sei, mas bem que Deus estava bem inspirado quando criou!
Riu, riram. Uma risada gostosa, tão gostosa quanto o som do mar.
Pensou que se encontrasse uma concha daquelas em formato de espiral a levaria para casa para continuar ouvindo...
- Como eu não sei onde vai dar essa imensidão não vou muito fundo, vou ficar aqui na beira.
Mas o que tinha vontade era de ir mar adentro!
- Obrigada meu Deus por ter feito essa maravilha da natureza. Agora entendi porque falam que Deus é brasileiro.
E riu de novo.
Não tinha medo, afinal era sonho ou realidade? E mergulhou. Segundos depois lembrou que não sabia nadar... mas era sonho ou realidade? Voltou à superfície. Olhou para cima. O sol brilhava forte e os raios refletiam nas águas do mar, do seu mar.
Extasiada de tanta novidade ouviu alguém lhe chamar:
- Ei, moça! Moça!
- Sim?
E estava de volta a realidade, rodeada de livros porque as pessoas já tinham ido embora.
- Não encontrou hoje nenhum livro que te interessou? Desculpa, mas estamos fechando a loja. Se quiser, volte amanhã.
- Ah, encontrei algo melhor! Sabe de uma coisa? O Rio de Janeiro continua lindo!

E saiu, mais feliz do que das outras vezes, com areia nos pés, cabelo desarrumado, deixando atrás de si umas poças d’água.


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