Reflexões sobre 2009, aprendizados para 2010

2009, ano de crise. Crise? Pode ter existido sim, mas tudo depende de como enfrentamos as crises. Uns choraram pela queda da bolsa, outros investiram na baixa e começaram a lucrar com a reação dos últimos meses. Pão de açúcar compra Casas Bahia. Investimentos sim, visando o futuro. Visando o ano que está prestes a começar.
Com certeza foi um ano de pouco investimento para muitos e muitos investimentos para poucos, como é a nossa realidade brasileira. Uns com muito, muitos com pouco. Desigualdade social que coloca o Brasil em 11º lugar em desigualdade entre os 177 países considerados. A crise também repercutiu no terceiro setor. Algumas das grandes empresas não abriram editais para investimentos sociais, outras reduziram os valores, mas as ONGs sérias (importante destacar) continuaram trabalhando duro, para mudar uma sociedade cada vez mais desigual.
                Reflexões sobre 2009? Sempre é bom, pois algumas vezes aprendemos com os erros e podemos repetir os acertos. O importante neste momento é sonhar. Sonhar com um Feliz Ano Novo. E quais poderiam ser estes sonhos?
                O primeiro, e talvez o mais importante, seria a transformação pessoal. O Brasil é um dos países com menor índice de doação de pessoas físicas. Por quê? A resposta muita vezes é, porque não tem incentivo fiscal. Pode ser, mas que falta generosidade, falta. Que falta solidariedade falta. No mês passado, em uma entrevista no Sem Censura, a Leda Nagle comentava comigo que era mais fácil dar um cheque, do que arregaçar as mangas e enfrentar um trabalho social. Eu concordei na hora, mas depois refleti e cheguei a conclusão, que sim, mas dar o cheque também não é nada fácil. Até porque, muitas vezes, não temos confiança em que podemos doar. Infelizmente o terceiro setor tem muita gente boa, mas como sempre tem muita gente querendo “levar vantagem”.
                Transformação pessoal que leva a pensar no próximo. Que leva abrir o bolso e arregaçar as mangas. No Brasil estimasse que apenas 7% dos jovens fazem um trabalho voluntário, contra 65% dos EUA. Impressionante é que diante da nossa realidade de desigualdade deveria ser o inverso, pois basta olhar ao redor que vemos pobreza. Pobreza não, miséria.
                Transformação pessoal, solidariedade, generosidade. Vamos continuar sonhando? Para que mais? Se cada um fizesse a sua parte, o resto viria em seguida.
                2010 promete! Crescimento acima de 6%, mais investimentos, mais oportunidades. Para aproveitar a maré alta, é necessário planejar e arriscar. Pode ser o ano da virada, sem precisar virar, mas transformar!
                Feliz 2010!

Andréa Gomides
Diretora do Instituto Ekloos

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