Legado social da Jornada Mundial da Juventude teve contribuição de R$ 2,5 milhões da Conferência Episcopal Italiana
Na tarde de quarta-feira, 24, o Papa Francisco participou da
cerimônia de inauguração do novo pavilhão do Hospital São Francisco de Assis da
Providência, na Tijuca, no Rio de Janeiro.
O pavilhão é um dos legados sociais que a Jornada Mundial da
Juventude deixa para a cidade do Rio de Janeiro, que luta contra o consumo de
drogas e pela inserção social dos dependentes químicos.
O Polo, construído com a contribuição de R$ 2,5 milhões da
Conferência Episcopal Italiana (CEI), terá inicialmente 40 leitos, mas espera
dobrar sua capacidade até o fim do ano.
Um ganho importante para a cidade do Rio
de Janeiro, onde vivem mais de 600 mil dependentes químicos e apenas 20 leitos
disponíveis para atendimento. O Brasil tem dois milhões de dependentes
químicos, sendo 50% na região Sudeste (600 mil no Rio de Janeiro).
O pontífice também criticou fortemente o egoísmo, muito presente
na sociedade atual, causador de tanta opressão e dependência. “São tantos os
‘mercadores da morte’ que seguem a lógica do poder e do dinheiro a todo custo”.
Ele acrescentou que “a chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e
que semeia a dor e a morte exige da inteira sociedade um ato de coragem. Não é
deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América
Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência
química. É necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das
drogas, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para os valores que
constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança
no futuro”.
Durante a cerimônia, dois
ex-dependentes químicos deram seus testemunhos de forma emocionante, relatando
todo o sofrimento que a droga traz para o viciado e para toda a família.
Além de agradecer o trabalho da equipe médica, a quem comparou ao
Bom Samaritano, destacou que os dependentes químicos não estão sozinhos,
mas que precisam aceitar a ajuda. “Olhem para frente com confiança; a
travessia é longa e cansativa, mas olhem para frente”. Deixou também uma
mensagem de esperança às famílias dos pacientes. “A Igreja não está longe dos
esforços que vocês fazem. Elas lhes acompanha com carinho”.